Buscando o equilbrio para o bom convvio social

Artigo cadastrado dia 21/07/2017
Deputado Jefferson Campos discute sobre os usos e costumes religiosos. Ressaltando que preciso respeito e equilbrio, como fatores fundamentais de uma sociedade mais saudvel

Um tema que ainda causa um certo desconforto em nosso país é a adoção dos usos e costumes por certas denominações religiosas. Hoje quero falar sobre isso.

 

No Brasil, algumas denominações, especialmente evangélicas, consideram algumas regras em sua doutrina como um fator fundamental para aqueles que desejam alcançar a salvação, tais como vestimentas, comprimento dos cabelos para as mulheres, uso de maquiagem e outros. Felizmente no país, você pode ou não cumprir sem maiores complicações.

 

Já em países de cultura muçulmana e radicais escolher com que roupa quer sair de casa pode ser um caso de polícia. É o que está acontecendo com a jovem modelo identificada como Khulood, que decidiu usar uma minissaia, num passeio por um monumento, o forte histórico de Ushayqir, localizado na Arábia Saudita.

 

Toda a polêmica começou pois ela postou o vídeo de seu passeio numa rede social. O traje que ela usa é visto até mesmo dentro de igrejas, menos radicais,  brasileiras durante o verão ou em qualquer lugar público em nosso país e, de fato, já nem chama a atenção.

 

Contudo, o vídeo gerou tanta polêmica nas redes sociais que as autoridades estão investigando e mesmo considerando prendê-la por desrespeitar o código de vestimenta de um país muçulmano conservador.

 

Para nós, brasileiros, isso choca não é mesmo?

 

É realmente perturbador que um ser humano não tenha direitos assegurados. Lá as mulheres são obrigadas a seguir uma série de regras, como usar vestidos longos e soltos em público, conhecidos como "abayas", além de um véu, se forem muçulmanas. Não podem dirigir e não podem conviver com homens com os quais não tenham relação de parentesco.

 

As punições são ainda piores para as que tentam fugir de um relacionamento abusivo e, acreditem, muitas sofrem violência doméstica constantemente.

 

Não escondo de ninguém meu ministério religioso, sou pastor de uma calorosa igreja em Sorocaba. Creio na Palavra de Deus e no bom senso. Acho que os direitos dos seres humanos estão muito além de regras de usos e costumes. Não é a vestimenta que faz um pecador e, sim, suas atitudes. Não entendo em que o radicalismo ou o extremismo religioso podem contribuir para o desenvolvimento e evolução da humanidade.

Buscar o equilíbrio e o respeito aos direitos de todos sempre foi a melhor solução para o bom convívio em sociedade.

 

* Artigo extraído de discurso apresentado na Câmara Federal.

 

 

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