Confrontos na Rocinha

Artigo cadastrado dia 26/09/2017
Deputado Jefferson Campos comenta e lamenta a terrvel situao de guerrilha na favela da Rocinha no Rio de Janeiro

Durante os últimos dias temos assistido, horrorizados, à terrível situação de guerrilha que ocorre na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.

 

As notícias são sangrentas e o descaso para com as vidas humanas é constrangedor. Não digo isso pelos bandidos, mas pelos inocentes que podem até ser usados como escudos humanos em rotas de fuga.

 

O real fato é que nossa sociedade, não satisfeita com todos os maus exemplos que aplaude, resolveu glamourizar o crime organizado, prova disso é o grande sucesso que as diversas séries sobre Pablo Escobar, o maior psicopata da América do Sul, fez e continua fazendo. Além da novela, em horário nobre, que mostra criminosos como se fossem os grandes heróis da sociedade.

 

Nestes programas televisivos, matar inocentes é consequência do ofício e fazer representantes da lei de trouxas é a coisa mais legal do mundo.

 

O que vemos acontecer na Rocinha é resultado de uma sociedade adoecida pelos meios de entretenimento. Tanto aqui no Brasil, como era na Colômbia, a Educação é falha. A Saúde, deficiente. A polícia sucateada, salários baixos que desestimulam os oficiais e faz com que muitos deles se corrompam. Zombam-se da moral e dos bons preceitos. O que poderíamos esperar?

 

Isso sem falar nos problemas de corrupção nas esferas políticas e judiciais. O resultado disso é dor e sofrimento. São vidas inocentes ceifadas antes da hora.

 

Contudo, nos dias atuais na Colômbia, vemos uma polícia eficaz que, no entanto, sofreu muitas baixas para se tornar combativa. E uma Lei que não dá brechas para o tráfico.

 

Voltando ao Brasil, o que vimos acontecer no Rio nos últimos dias, foi algo muito semelhante ao que vimos nas séries, um pensamento de que através dos armamentos que os traficantes exibem, eles mandam um recado sobre o seu poder, mostrando para governo e polícia que quem manda são eles.

 

Neste trabalho de repreensão ao crime e retomada da paz, todo esforço é bem vindo, principalmente dos moradores da favela, que estão aterrorizados. Através de muitas denúncias anônimas, posições e rotas de fugas de muitos meliantes foram descobertas.

 

Por isso os Agentes do Exército contam com esta ajuda e lançam papéis com informações do Disque-Denúnica, pedindo que os moradores denunciem a localização de criminosos ligados aos confrontos.

 

Quem paga este pato todo é a comunidade, cujos adultos não podem sair de casa nem para trabalhar sob o risco de morte e as crianças que não podem estudar.

 

As equipes médicas da comunidade estão recolocadas, pois as atividades na área de confronto estão suspensas.

 

Todo este prejuízo é um claro recado para quem romantiza o crime organizado, ele não é bacana e nem legal. Traficante não se importa com os moradores da comunidade, eles se importam com dinheiro no bolso e só. Eles matam, roubam, estupram, viciam, aliciam. São amaldiçoadores de vidas. Esta é a realidade e isto é que deve ser mostrado.

 

 

* Artigo extraído de discurso apresentado na Câmara Federal.

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